Argumentando a redução de custos, a Portaria Virtual vem sendo implantada nos Condomínios e o uso da tecnologia tem provocado questionamentos: vale a pena trocar a presença do porteiro pelas ferramentas virtuais?
Quais são os riscos do novo modelo?
Para o Sindicato Patronal dos Condomínios, a medida vai na contramão do serviço que faz os moradores optarem por viver em condomínio: a vigilância dos porteiros e a inibição que o profissional confere à ação dos assaltantes.
“A medida causa estranheza, uma vez que as unidades são adquiridas pelos proprietários em função da Segurança”. A portaria virtual vem sendo procurada por Condomínios de médio e alto padrão, que ficam desprotegidos quando comparados aos Condomínios populares, que permanecem com as tradicionais portarias, completa.
Falha de sistema
Como explica o Sindicato, para efetivar a segurança dos condomínios, as ferramentas tecnológicas devem ser um acessório, complementando o trabalho da portaria e vigilância e criando uma central de monitoramento que não dispense o profissional, único qualificado para as funções. Integrada a redes de internet, a portaria virtual está sujeita a falhas.
Com a instabilidade das redes, o serviço pode ser lento ou até mesmo não funcionar. A terceirização indireta também depende de uma central que atua à distância para acionar serviços de emergência.
As portarias virtuais podem operar com senhas, leitura da biometria ou “tags”, uma espécie de chave digital que libera a entrada quando aproximada ao leitor. Sem a conferência do porteiro, terceiros que clonarem as tags, por exemplo, tem livre acesso ao condomínio.
“Com a presença do porteiro, um visitante é identificado através de documento e de ligações à unidade, que autoriza a entrada. Sem o profissional essa checagem simplesmente deixa de existir”.
Para efetivar a segurança é fundamental que síndicos e conselheiros conheçam a verdadeira rotina dos Condomínios, frequentem as áreas comuns e tomem medidas para amenizar a vulnerabilidade.
“Checar pontos de baixa iluminação, instalação de mais câmeras ou até a contratação de ronda são alternativas que trazem bons resultados”.
A decisão é muito complexa para ser definida em assembleia. “Alterações tão importantes como a troca de portaria tradicional pela eletrônica devem solicitar parecer jurídico.”
“O Síndico deve ter conhecimento da Responsabilidade Civil que assume ao ocupar o cargo.”
Fonte: Sindicond